Percurso histórico do registro de “preto” e “negro” em dicionários de língua portuguesa
Orientador: Rafael Prearo Lima
Aluno: Franciele de Souza Meira
Resumo: Ainda que alguns acreditem haver “neutralidade” em certos discursos, toda produção linguística é atravessada pela ideologia. Para Pêcheux (1997), a ideologia é um conjunto de valores e crenças construídos socialmente que refletem as relações presentes na sociedade. Nesse sentido, até os dicionários, considerados “neutros”, são atravessados pela ideologia. A partir disso, o objetivo deste trabalho é fazer um percurso histórico dos termos “preto” e “negro” em dicionários de língua portuguesa. Para tanto, usaremos como fundamentação os princípios teórico-metodológicos da Análise do Discurso francesa, em especial os estudos de Pêcheux (1997, 2010), Maingueneau (1997), Orlandi (2005) e Brandão (2004). Também recorremos à Lexicografia, tanto aos estudos de Biderman (2001) e Borba (2003) sobre a organização de dicionários, quanto à obra de Nunes (2006), que faz uma análise histórica dos dicionários publicados no Brasil entre os séculos XVI e XIX. Partindo do primeiro dicionário de língua portuguesa – o Bluteau, de 1712 –, até os recentes dicionários digitais, esta pesquisa analisará como os registros de entradas mencionadas são ideologicamente marcados e quais são os efeitos de sentido produzidos. Também serão analisados se, ao longo dos séculos, houve ou não mudanças quanto ao registro de tais termos, no que diz respeito à ideologia.
Modalidade: PIBIC-EM 2023/2024 CNPq
Vigência: 01/09/2023 a 31/08/2024
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