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Veja como foi a palestra "Etnomatemática e cultura africana em diálogo com o jogo Mancala"

Na última sexta-feira, dia 07, foi realizada no auditório do Câmpus Bragança Paulista, a palestra "Etnomatemática e cultura africana em diálogo com o jogo Mancala", ministrada pela Profª Drª Eliane Costa Santos.

Tendo como público-alvo licenciandos em Matemática do câmpus, a palestra teve como objetivo apresentar a etnomatemática e os jogos Mancalas como instrumentos pedagógicos que podem promover o desenvolvimento do raciocínio lógico e abstrato - noção de simetria, bilateralidade, princípio da análise e estruturação do espaço intervenções da sorte, atenção,observação, memória, imaginação, raciocínio, inventividade, lateralidade, adição, subtração. Entre tantas outras relações com o emocional, possui um forte teor motivacional, capaz de gerar um estado de vibração e euforia. 

O Jogo Mancala em especifico, além do valor histórico e cultural, contribui no desenvolvimento do raciocínio, por conta da complexidade e capacidade de fomentação de operações lógicas. Por outro viés coopera no desenvolvimento da capacidade de exploração e troca, de testar hipóteses, exercitar a concentração, construir identidade. É um jogo que contribui na utilização da potencialidade de uma maneira integral, relacionando o cotidiano numa troca contínua – contribui na aprendizagem do respeito às regras, limites e espaços do outro, com um senso de cooperatividade, mesmo durante uma contenda, a exemplo de não poder deixar o outro sem nenhuma semente.

No continente africano, de uma forma filosófica os jogos de tabuleiro tem como base a estratégia e a cooperatividade.  Esse jogo permeia princípios da circularidade, ancestralidade. Muitas das vezes são transmitidas, milenarmente de geração para geração, através da oralidade, o que justifica alguns jogos da família Mancala manterem preservada a estrutura inicial, e outros serem modificados.

Mancala se origina da palavra árabe “nagaala”, que significa “mover”. A prática está relacionada a semear, germinar a semente na terra, desenvolver e colher. Nas várias versões, alguns pesquisadores citam o surgimento no Egito há 3.500 e 4.000 anos sendo jogados pelos faraós, outros pesquisadores apontam o surgimento na Etiópia há 7 mil anos. O que é indiscutível é a milenaridade desse Jogo e a preservação pela oralidade.

A atividade foi desenvolvida em articulação com o Projeto de Extensão “Formação de professores/as na perspectiva das relações étnico-raciais".  Além dessa atividade, até o novembro de 2016, ocorrerão outras palestras e oficinas  articulando a temática das relações étnico-raciais e processos educacionais.  Acompanhe a programação. 

 

Cenas da palestra: a palestrante profa. Eliane, o público jogando Mancala e todo o grupo reunido

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